Sempre fui ligada às artes e seus caminhos de criação, pesquisas, técnicas e elaboração destas.
Procuro me enveredar onde minha arte pode ser acrescentada.
Artistas que já cresceram mais e têm o que me passar; o que sinto que vai ficar bom aqui ou ali com este acréscimo, num ponto onde havia uma interrogação ou um vazio que estava a ser preenchido.

As diversidades nas questões sociais e problemas que afetam a existência humana como o trabalho infantil, são tópicos que me inquietam e que sinto necessidade de explorá-los e denunciá-los através da arte.
A fantasia é prioridade e direito da infância.

Coloco em meu trabalho, por vezes até sutilmente, uma contestação, situações de comparação, confronto ou oposição.
Utilizo dos contrastes para expressar esta inquietação: leveza e solidez, passado e presente, rudimentar e lapidado, enfim, razão versus sensibilidade.

Uso a renda Uso a renda como um desses elementos e o branco para dar leveza. Outras vezes o arame farpado, ou a madeira tosca, o tijolo aparente, as cores pesadas e mais escuras.
O real e o imaginário se completam na ilusão de aperfeiçoar o mundo dos viventes e sobreviventes e isso tento passar para a tela.
Busco a imagem no tempo e dela alguns de seus contrastes que ultrapassam a imaginação e se tornam realidade.

As lembranças e imaginação da infância alimentam minha arte.
Comparo minha evolução artística a uma linha entremeada de "nós", "picotes", "descontinuada" e que, com a experiência, trabalho em atelier, pesquisa, estudo, orientação e a vontade de expressar pelo visual o que passa no pensamento, fazem estes "nós" serem mais fáceis de desatar e tornam a linha um pouco mais contínua, apesar de sempre poder ser alterada.


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